GRUPO DE ORAÇÃO NA ESCOLA 2009

GRUPO DE ORAÇÃO NA ESCOLA 2009
Reunião de oração no intervalo das aulas

quarta-feira, 21 de julho de 2010

OVELHA LONGE DO APRISCO

“Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Mt 27.46
Esta frase de Jesus na cruz deve ter-lhe dado uma sensação de total desamparo, como se seu último ponto de apoio o tivesse abandonado. Quantas vezes em nossas vidas não temos essa sensação? Ninguém se sensibiliza com a nossa dor, nenhuma palavra, nenhum telefonema, e-mail, torpedo, nada! Temos a impressão de estarmos sós num mundo tão vasto, nossas orações parecem não atingir sequer o teto, foram tantas orações que sequer temos palavras para orar, temos a impressão que já dissemos tudo o que tínhamos para dizer.
Nenhuma das pessoas que conhecemos se manifesta, esperamos que aquela parábola da ovelha perdida faça diferença para nosso pastor e, ao olhar para o aprisco ele sinta falta da gente, deixe as 99 e venha nos resgatar, pelo menos fazer uma oração e trazer uma palavra de ânimo e encorajamento. Como diz o hino, ouvir a voz do nosso pastor dizendo: “oh, ovelha minha, onde vós estais?”
Cada dia que passa parece uma eternidade, então nos lembramos de Jesus na cruz. Olhando para o céu e procurando um olhar do Pai, um amparo. Ao compararmos nossa dor a dor de Jesus, parece que nossa dor é ainda maior, buscamos desculpas para redimir culpas, nos sentimos exagerados em nosso desejo de uma visita, uma palavra, um sinal de que existe vida além das portas da sala. Tudo permanece imóvel, inerte, inanimado.
Quando fazemos parte das noventa e nove (Mt 18.12 e 13) a proximidade da lã de nossas ovelhas irmãs nos ajudam a aquecer o coração, a firmar mais nossa fé e a nos incentivar na caminhada; todavia, quando somos a perdida, queremos colo. Imagine uma frágil ovelha machucada e perdida, cujo som que emite é: socorro!!!
Muitas vezes a interpretação do Salmo 133. 1: “Como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos!” é somente para aquelas pessoas que não querem uma igreja para congregar, que não se fixam em uma denominação. No entanto, se fôssemos irmãos ou ao menos nos considerássemos irmãos, não notaríamos a falta de um irmão entre nós.
Não adianta reclamar, é capaz ainda de ouvirmos algumas ofensas como: “você é velho de mais para choramingar, se fosse crente novo...” ou então: “você quer que lhe façam o que você não faz.” Acreditamos que “ele tenha dado alguns para pastores” (Ef 4.11) independente dessa paranóia por títulos. Somente aquele que sofre consegue mensurar a necessidade de uma palavra amiga nas horas difíceis.
Como Jesus, sozinho na cruz, procurando o olhar do Pai, o mais leve que fosse; suas chagas sangrando, as dores espalhadas por todo seu corpo, o olhar buscando o consolo que não encontra na imensidão do céu. O momento do “está consumado” tão esperado e aguardado. Seus ouvidos já não ouvem mais a zombaria lá embaixo.
Somente aquele que já sentiu a dor do desamparo, pode consolar um desamparado, por isso nossos olhos têm que estarem voltados para o céu buscando os olhos daquele que também já se sentiu desamparado. Por isso que Jesus Cristo é nosso salvador, por que viveu todas as nossas dores (Is 53.3) e se sentiu fraco como fraco somos, incapaz como nós, impotente como nós. Por isso Jesus nos compreende e está a destra de Deus Pai (Rm 8.34) intercedendo em nosso favor.

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