GRUPO DE ORAÇÃO NA ESCOLA 2009

GRUPO DE ORAÇÃO NA ESCOLA 2009
Reunião de oração no intervalo das aulas

domingo, 7 de março de 2010

ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS

“Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.” Mt 5.24b

“O perdão é um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa, decorrente de uma ofensa percebida, diferença ou erro, ou cessar a exigência de castigo ou restituição.” Assim a Wikipédia define o perdão.
É fácil admirar o perdão liberado por outra pessoa; todavia, como é difícil para nós perdoarmos. Para nós, cristãos, o perdão é o elo que libera o perdão de Deus sobre a nossa vida. Qual é o motivo que levaria Deus a perdoar as nossas tantas ofensas? Ou qual o mérito em nós para recebermos esse perdão?
O Dr. Chawkat Moucarry (2004), professor do All Nations Christian College diz que “perdoar os outros não é uma opção para os cristãos: é um mandamento.” Na oração do Pai Nosso, Jesus tornou claro que a oferta de perdão de Deus é inseparável da nossa vontade de perdoar os outros. (In: Perdoar como o Senhor o perdoou).
Para perdoar as ofensas que nos assolam, precisamos olhar para as pessoas com olhar espiritual e perceber que nossa luta não é contra carne (Ef 6.12), quem quer alimentar nossos ressentimentos para nos manter afastados de Deus é o inimigo de nossa alma. Olhando por esse prisma fica mais fácil amenizar a ira e liberar o perdão.
Jesus Cristo, em seu ministério terreno, sempre utilizou o olhar espiritual para perceber que os homens “não sabem o que fazem” (Lc 23.34); é fácil perceber que a falta de perdão é uma prisão espiritual e quem se beneficia com isso é nosso inimigo. Paulo aconselha o perdão “para que Satanás não alcance vantagem sobre vós, pois não lhe ignoramos os desígnios.” (2Co 2.11).
O Pastor Luciano Subirá afirma no estudo Entendendo o Perdão (2007) que Jesus em vez de olhar para seus algozes como merecedores de punição e castigo, enxerga-os como cegos e ignorantes espirituais, que estavam sob influência maligna, sem nenhum discernimento de quem estavam de fato matando. “Eram vítimas de todo um sistema que os afastou de Deus e da revelação das Escrituras. E ao reconhecer que eles é que eram vítimas, em vez de alimentar dó de si mesmo (como nós faríamos), Jesus teve compaixão deles.”
Quando relutamos em perdoar as pessoas que nos ofendem, estamos com pena de nós mesmo e alimentando o orgulho de nos considerarmos vítimas de uma situação; isso nos leva a achar, pretensiosamente, que o outro deve nos pedir perdão, afinal somos a parte ofendida.
Thiago Azevedo (2009) afirma que “devemos abrir mão de nosso direito de ter razão sobre tudo e sobre todos para poder deixar que o amor ao próximo seja a nossa verdadeira razão de existir, mesmo que diante de grande ódio e sentimento de injustiça Cristo nos ensina que devemos abrir mão desses sentimentos, para dar lugar a misericórdia e o amor e somente assim poderemos crescer no Reino dos Céus.” (In: Setenta vezes Sempre).
Nossa opção de reter a mágoa e alimentar a distância entre os outros seres humanos, sejam nossos irmãos ou não, impede que o perdão de Deus chegue até nós (Mt 18.35), nos separam de Deus (Is 59.2), pois nos tornamos pecadores cada vez que participamos da Ceia do Senhor (1Co 11.29).
Erasmo Ungaretti diz que “perdoar é essencial ao nosso bem estar interno e ao testemunho externo da igreja. Sem esta prática as daninhas ervas da amargura, do ódio e do ressentimento impedirão de que representemos ao mundo, integralmente, o caráter de Jesus o nosso Senhor e Salvador.” (In: Perdão).
A falta do perdão, além de todos os entraves espirituais, causa males físicos. No ano passado (2004), Charlotte Van Oyen Witvliet, professora de psicologia do Hope College, em Michigan, EUA, e seus colegas, fizeram uma experiência com 71 voluntários. Nela, foi pedido a eles que se lembrassem de alguma ferida antiga, algo que os tivesse feito sofrer. Nesse instante, foi registrado o aumento da pressão sanguínea, dos batimentos cardíacos e da tensão muscular, reações idênticas às que ocorrem quando as pessoas sentem raiva. E quando foi pedido que eles se imaginassem entendendo e perdoando as pessoas que lhes haviam feito mal, eles se mostraram mais calmos, e com pressão e batimentos menores.
Não devemos alimentar ressentimentos, nem dizer: “eu libero o perdão, mas não quero mais olhar para a cara dele.” Isso não é perdoar, pois o perdão desonera a pessoa de qualquer débito ou restrição contra o nosso próximo, isenta-o de qualquer dívida ou dever. Devemos tratar os outros como somos tratados por Deus.
Neste sentido, Wanda de Assunção (2005) afirma que “para eu querer perdoar, portanto, tenho de avaliar o que me magoou à luz do que Deus já me deu em Jesus. Quando avalio a imensidão do Seu amor por mim, do Seu sacrifício para que eu pudesse voltar para Ele, sou inundada por tamanho senso de gratidão que me sinto constrangida a passar adiante uma pequena parte do muito que já recebi. Qualquer dívida que alguém possa ter para comigo é uma migalha em comparação com o perdão com que fui contemplada pelo amor imensurável de Deus.” (In: Perdão: Remédio amargo para uma doce cura).
Se você tem alguma coisa que te prende por palavras, atos, gestos ou mesmo por sentir-se ofendido, procure o devedor para poder desfrutar de tudo aquilo que Deus tem para você. Com o coração limpo você poderá se aproximar “junto ao trono da graça, afim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. (Hb 4.16).